Arquitetura Colonial: O que é, características e obras

A Arquitetura Colonial surgiu sob influência do Renascimento e do Barroco, é o estilo arquitetônico que floresceu nas colônias europeias, principalmente no período entre os séculos XVI e XIX, e é caracterizada por elementos arquitetônicos de diferentes culturas. Conheça mais sobre esse estilo.

Contexto Histórico da Arquitetura Colonial

No decorrer do século XVI e XVII, a arquitetura colonial foi introduzida na América Latina e América do Norte, tendo sua origem na Europa. Embora algumas características possam variar de acordo com a região, a arquitetura colonial mantém sua autenticidade nos detalhes e absorve peculiaridades da cultura local.

Características mais comuns da Arquitetura Colonial

A arquitetura colonial, em geral, apresenta um estilo simples, funcional e delicado, com destaque para algumas de suas características, tais como:

  • Utilização de telhados em formato de pirâmide e telhas;
  • Portas grandes com detalhes ornamentais;
  • Janelas retangulares com arcos em pedra;
  • Paredes construídas com tijolos ou adobe;
  • Geralmente possui um ou dois andares;
  • Uso de materiais locais, como pedra, tijolo e madeira;
  • A incorporação de elementos estilísticos e arquitetônicos de outras culturas.

A arquitetura colonial em vários países

Arquitetura colonial Francesa

A arquitetura colonial francesa surgiu no início do século XVII e se estendeu até a década de 1830, quando a França criou várias colônias na América do Norte, no Caribe, no Senegal, na Guiana Francesa e em Benin. Os colonos e engenheiros do governo construíram edifícios grandiosos e caros, inspirados em Versalhes, o que resultou na construção de palácios, casas geminadas e igrejas parisienses em cidades como Québec.

Arquitetura colonial Espanhola

A arquitetura colonial espanhola também teve seu início durante a colonização, tendo influência dos estilos Barroco e Renascentista, além de uma forte influência islâmica, devido à presença de muitos muçulmanos na Espanha no século VIII antes de Cristo. Ela é caracterizada por elementos como portais elaborados, telhados em forma de pirâmide e janelas em arco.

Arquitetura colonial Portuguesa

Já a arquitetura colonial portuguesa originou-se no período da colonização portuguesa e se destacou nos séculos XVI e XVII. Ela tem como principal característica o uso de fachadas com arcos e é muito conhecida pelo uso de azulejos. A arquitetura colonial portuguesa é um dos principais estilos arquitetônicos do Brasil.

Arquitetura colonial Brasileira

A Arquitetura colonial é um dos estilos mais utilizados nas cidades históricas e pontos turísticos mais antigos do Brasil, assim como em muitos outros países. Ela teve início durante o período colonial, entre os anos de 1500 e 1800, e foi fortemente influenciada pela cultura portuguesa, africana e espanhola. Ao longo dos anos, o estilo evoluiu e incorporou traços da cultura brasileira, tornando-se único.

Durante o período colonial, os colonizadores trouxeram correntes estilísticas da Europa para a colônia e as adaptaram às condições locais, incluindo os materiais disponíveis, a mão-de-obra e os recursos limitados. Encontram-se no Brasil edifícios coloniais com características renascentistas, maneiristas, barrocas, rococós e neoclássicas.

No entanto, a transição entre os estilos ocorreu gradualmente ao longo dos séculos, e a classificação dos períodos e estilos artísticos do Brasil colonial é objeto de debate entre os especialistas.

A Arquitetura Colonial no Brasil é compreendida como a arquitetura de influência portuguesa adaptada ao clima tropical e realizada no território brasileiro entre 1500 e 1822. As igrejas e mosteiros das cidades mais antigas apresentam exemplos duradouros desse estilo, especialmente em Ouro Preto, a primeira capital da província de Minas Gerais.

A atividade arquitetônica no Brasil colonial começou na década de 1530, quando a colonização ganhou impulso com a criação das Capitanias Hereditárias e a fundação das primeiras vilas. Cidades como Olinda (1535) e Rio de Janeiro (1565) foram fundadas perto do mar, mas em elevações do terreno, dividindo o povoamento em cidade alta e cidade baixa.

A cidade alta abrigava a parte habitacional e administrativa, enquanto a cidade baixa concentrava as áreas comerciais e portuárias. Essa disposição tinha como objetivo a defesa contra ataques de indígenas e europeus de outras nações.

As edificações coloniais apresentam traços arquitetônicos simples, fachadas e ambientes. Ao longo dos séculos, os traços arquitetônicos sofreram uma transição gradual entre os estilos. As cidades desse período tinham um aspecto uniforme, com ruas delimitadas pelas edificações e sem passeio público.

A falta de vegetação também era uma característica marcante dessas cidades. As residências eram tipicamente construídas sobre os limites laterais e frontais do terreno, com padronização de suas plantas, em duas tipologias: casa térrea e sobrado. As coberturas eram normalmente feitas com telhas cerâmicas em duas águas, e telhas eram frequentemente usadas nas paredes laterais para evitar problemas de infiltração.

No Brasil, exemplos de arquitetura colonial incluem igrejas, conventos, casas e edifícios governamentais, construídos durante o período de colonização portuguesa.

Características da arquitetura colonial brasileira

Na arquitetura colonial brasileira, utilizavam-se materiais extraídos da natureza como palha, madeira e argila para a construção das casas.

As construções eram compostas em sua maioria por um ou dois andares, como os sobrados, que eram usados para agregar moradias para famílias grandes, para abrigar governantes das colônias ou como pontos comerciais e escritórios. Os cômodos das casas eram bem distribuídos e possuíam funções específicas.

As igrejas e capelas eram os tipos mais comuns de edifícios construídos naquele período. Elas geralmente possuíam uma nave central ou capela principal. Com o passar do tempo, surgiram catedrais enormes espalhadas pelo Brasil.

A partir do século XVIII, a arquitetura colonial brasileira passou a sofrer influências externas, com a introdução do barroco português e do estilo rococó francês. Nesse período, também surgiram os primeiros exemplos de arquitetura neoclássica no país. No entanto, apesar dessas mudanças, a arquitetura colonial brasileira manteve sua simplicidade e funcionalidade até o fim do período colonial.

Os Arquitetos do Estilo Colonial

Os projetos arquitetônicos da colônia foram, em grande parte, criados por indivíduos anônimos, mesmo no caso de grandes conventos e igrejas. Entre os autores identificados, encontravam-se religiosos e muitos engenheiros militares, que possuíam sólidos conhecimentos teóricos de arquitetura. Além disso, havia outros profissionais com conhecimento mais prático, como mestres-de-obras, mestres-pedreiros e carpinteiros.

Os materiais utilizados no Estilo Colonial

No início da arquitetura colonial, foram utilizadas técnicas de construção como taipa-de-pilão e pau-a-pique, que empregavam materiais abundantes na colônia, como barro e madeira, e que eram de rápida construção. Com o tempo, também passou a ser adotada a alvenaria de pedra ou tijolos de adobe para erguer paredes, permitindo a construção de estruturas maiores e a inclusão de madeiramento para pisos e tetos.

A cantaria era empregada em edifícios mais nobres, geralmente como reforço nos cantos de construções grandes e nas vergas de portas e janelas. Muito poucos edifícios foram construídos exclusivamente em cantaria, sendo um exemplo preservado a Casa-Forte de Garcia d’Ávila na Bahia.

Residências construídas no Estilo Colonial

Durante a colonização do Brasil, o trabalho escravo era predominante, o que afetava as condições financeiras da época. As cidades eram construídas com uma aparência uniforme, com casas construídas em sequência e não geminadas.

As residências eram construídas ao longo dos limites do terreno, com características próprias e geralmente de um pavimento ou sobrado. Para a cobertura das casas, utilizavam-se telhas de barro, com apenas duas águas para evitar infiltração.

Os sobrados, geralmente de dois ou três pavimentos, tinham uso misto, com comércios na parte inferior, como farmácias e mercearias, e residências na parte superior. Os materiais de construção eram primitivos, como pau-a-pique, taipa de pilão ou adobe para as paredes. As poucas mansões da época eram construídas com pedra, barro ou tijolos.

Casas das fazendas construídas no Estilo Colonial

As fazendas possuíam casarões construídos em áreas mais afastadas dos centros urbanos das cidades. Essas residências geralmente tinham dois pavimentos, um alpendre e uma escada de acesso externa. No pavimento térreo, havia a área de estar e de jantar, além de outros cômodos como escritório e biblioteca. Já o pavimento superior abrigava os quartos. O subsolo, por sua vez, servia como uma espécie de prisão para escravos.

Os casarões das fazendas tinham as quatro fachadas recuadas, pois eram construídos em terrenos amplos, e telhado em quatro águas. Essas construções eram gigantescas e geralmente ficavam em lugares planos, cercadas por jardins e pomares.

Igrejas construídas no Estilo Colonial

As pessoas construíam as igrejas de duas maneiras diferentes. Algumas eram feitas com alvenaria de pedra, e tinham elementos decorativos nas fachadas, enquanto outras eram construídas em taipa e tinham estrutura de madeira, mas com interiores exuberantes pintados e dourados.

As igrejas de alvenaria de pedra tinham plantas e fachadas com movimento, e suas torres sineiras de planta circular harmonizavam com as superfícies curvas salientes nas fachadas.

Como utilizar o Estilo Colonial nos dias de hoje

As paredes das casas coloniais podiam apresentar tons suaves, mas também era comum contrastar a cor das paredes com a dos caixilhos.

Os móveis e objetos decorativos coloniais eram variados, incluindo cristaleiras, camas com dossel, quadros com obras de arte e grandes tapetes com estampas ricas, que podiam ser adquiridos em antiquários ou trazidos de viagem.

Os móveis dessa época eram, em sua maioria, feitos de madeira, apresentando detalhes curvilíneos entalhados no material e estampas florais ou neutras, que acrescentavam elegância às peças. Era possível inovar na decoração utilizando móveis coloniais coloridos, mas era importante equilibrar o uso dessas peças com elementos mais modernos e cores neutras.

O assoalho de madeira era o mais utilizado no piso das casas coloniais, proporcionando conforto e aconchego. Opções em tons terrosos ou que reproduziam a madeira, como os porcelanatos, também eram utilizadas.

As portas venezianas em madeira eram muito comuns nas fachadas e interiores das casas coloniais, lembrando bastante o estilo da época e contribuindo para a ventilação e iluminação natural.

As grandes varandas sombreadas eram ideais para criar ambientes de estar e convívio aconchegantes. Para telhados coloniais, as telhas cerâmicas, especialmente as chamadas “telhas coloniais”, com desenhos de várias águas e alturas, ajudavam no escoamento da água da chuva e davam volume à fachada, criando uma arquitetura única. A estrutura de madeira do telhado também podia ser aparente em toda a casa, em alguns ambientes ou apenas na varanda.

Perguntas Frequentes

Onde é comum encontrar exemplos de arquitetura colonial?

Exemplos de arquitetura colonial são encontrados principalmente em países que foram colonizados por nações europeias, como Portugal, Espanha, Inglaterra e França.

Qual é a influência da arquitetura indígena na arquitetura colonial?

A arquitetura colonial muitas vezes incorpora elementos da arquitetura indígena local, como o uso de telhados de palha, e a construção de casas elevadas.

Qual é a influência da arquitetura africana no estilo colonial?

A arquitetura africana influenciou o estilo colonial, principalmente através do uso de materiais locais, como a argila, e a incorporação de elementos decorativos, como os frisos entalhados.

Qual é a importância do estilo colonial no patrimônio cultural dos países colonizados?

O estilo colonial é uma parte importante do patrimônio cultural de muitos países colonizados, refletindo a história e as influências culturais das nações que os colonizaram.

Quais são os principais desafios da preservação da arquitetura colonial?

A preservação da arquitetura colonial muitas vezes é difícil devido ao seu estado de deterioração, e muitos edifícios são perdidos para a urbanização e a falta de manutenção.

Qual é a relação entre a arquitetura colonial e a escravidão?

A arquitetura colonial muitas vezes foi construída por escravos, e a influência africana é evidente em muitos dos elementos arquitetônicos e decorativos encontrados em edifícios coloniais.

Qual é a importância da arquitetura colonial no turismo?

A arquitetura colonial é um importante atrativo turístico em muitos países colonizados, atraindo visitantes interessados na história e na cultura dessas nações.

Qual é a relação entre o estilo colonial e o barroco?

A arquitetura colonial muitas vezes é caracterizada pelo estilo barroco, que era popular na Europa durante o período de colonização.

Qual é a importância do estilo colonial no desenvolvimento da arquitetura brasileira?

O estilo colonial é fundamental para entender a evolução da arquitetura brasileira, influenciando os estilos arquitetônicos que surgiram posteriormente.

Quais foram os principais arquitetos que trabalharam na arquitetura colonial?

Na arquitetura colonial brasileira, destacam-se nomes como Francisco Frias de Mesquita, Aleijadinho, João Batista Ferri, José de Alpoim, entre outros.

Como o estilo colonial se relaciona com a arquitetura contemporânea?

A arquitetura colonial ainda é uma fonte de inspiração para muitos arquitetos contemporâneos, que incorporam elementos e estilos de arquitetura colonial em seus projetos, criando uma conexão entre o passado e o presente.

Conclusão

Chegamos à conclusão de que a arquitetura colonial desempenhou um papel crucial nesse período. Embora tenha se originado a partir de uma mistura de diversos estilos arquitetônicos, ela conseguiu consolidar sua posição, se espalhou por vários países, passou por grandes transformações e deixou sua marca em várias partes do mundo.