Arquitetura Hostil: Tudo o que você precisa saber

Você já conhece a Arquitetura Hostil? Este termo, que se popularizou em 2014, é um tipo de design que tem o objetivo de restringir o acesso a determinados públicos, tendo estampado muitos jornais no começo deste ano, após a ação da prefeitura de São Paulo, ao colocar pedras sob um viaduto, com o intuito de afastar moradores de rua. Para saber mais sobre este tipo de arquitetura não tão aceita por algumas pessoas, continue conosco.

Arquitetura Hostil: O que é?

A arquitetura hostil é uma forma de projetar edifícios e espaços públicos com o objetivo de evitar ou dificultar o uso indesejado pelas pessoas, como vandalismo, tráfico de drogas ou acampamentos de moradores de rua.

A arquitetura hostil é um termo usado para descrever edifícios, espaços públicos e outras estruturas que foram projetadas de forma a serem desagradáveis ou inseguras para as pessoas que as usam. Isso pode incluir, por exemplo, edifícios com design intimidador, espaços públicos mal iluminados ou sem vigilância eficaz, e outras características que podem ser potencialmente perigosas.

A arquitetura hostil é um conjunto de elementos urbanos, que tem o objetivo de afastar determinados tipos de pessoas, como: moradores de rua, artistas urbanos, skatistas ou simplesmente pombos. Utilizando bancos com divisórias, pedras colocadas sob viadutos e estacas colocadas nas fachadas de estabelecimentos, a arquitetura hostil vai muito além de um tipo de design.

A Arquitetura hostil é considerada como arquitetura anti-mendigo, isso porque utiliza elementos extras nos bancos, como divisórias ou outros componentes que podem causar incômodo ao se deitar, não sendo presente somente nos bancos de praças públicas, as interferências também podem ser encontradas embaixo de viadutos, para restringir o acesso de moradores da rua.

Com o aumento no número de skatistas, é comum vermos bancos ou outros locais que seriam possíveis andar de skate, com estacas de metal, isso para dificultar o uso desses lugares. Para afastar os pombos, também é utilizado o mesmo método, colocando espinhos e pontas de aço em locais que poderiam servir de ninho para essas aves.

Ao longo dos últimos anos vem ocorrendo alguns eventos, onde a população tem sido contra a arquitetura hostil, dizendo que utilizando esse conceito, a cidade fica contra a cidade, pois a maioria é feita em locais públicos, o que acaba excluindo determinadas pessoas ou simplesmente dificultando a prática de algumas ações, como protestos ou performances musicais.

O objetivo da arquitetura hostil é prevenir comportamentos indesejados através da utilização de elementos projetuais, como rampas íngremes, bancos sem encosto, pisos desconfortáveis, entre outros.

Arquitetura Hostil: O que é?

Uso de espinhos sob beirais do telhado, que não desencorajaram os pássaros a criar seu ninho.

Arquitetura Hostil: No Brasil

No dia 02 de fevereiro de 2021, São Paulo amanheceu com inúmeras pedras sob um viaduto, com um único objetivo, evitar a presença de pessoas em situação de rua, mas um padre da região se indignou e começou a quebrar todas as pedras, alegando que aquilo era ”higienismo”, uma doutrina que ocorreu durante o período imperial, onde era criado maiores condições para a repressão dos pobres.

Após a repercussão da manchete, muitos políticos, pessoas públicas ou inconformadas, denominaram a atitude como arquitetura de exclusão ou design desagradável, tornando um tema muito criticado nas cidades brasileiras. Mas isto não começou a ocorrer em 2021, já existe um longo histórico de iniciativas deste tipo e com a mesma intenção, que é impedir a presença de moradores de rua.

Em 1994, o Folha de S.Paulo, fez uma reportagem intitulada Arquitetura antimendigo, onde registrava o aumento da construção de prédios sem marquises ou cercados por grades e a instalação de chuveiros para molhar o chão de possíveis locais que viriam a servir de abrigo para moradores de rua. Não é de hoje que este design considerado desagradável vem sido colocado em prática.

Arquitetura Hostil: No Brasil

Meia esfera de aço montada na borda do meio-fio.

Arquitetura Hostil: Como surgiu?

Apesar de ser praticado a muitos anos, o termo arquitetura hostil foi criado em 2014, em uma matéria escrita pelo repórter Ben Quinn, para o jornal inglês The Guardian, o nome do artigo era Anti-homeless spikes are part of a wider phenomenon of ”hostile Architecture”, que traduzindo para o português, seria As pontas de ferro antidesabrigados são parte de um fenômeno amplo de ”arquitetura hostil”.

Os argumentos utilizados no artigo, eram de que quando o Estado, não consegue resolver seus problemas com os mais vulneráveis, tendem a querer excluí-lo do convívio do dia dia, tirando estas pessoas de vista, teríamos a ilusão de ter uma cidade organizada e sem falhas.

Sendo tema do documentário ”Arquitetura da Exclusão” (2010), onde é abordado muros invisíveis e visíveis que separam pessoas nos centros urbanos. No livro ”Unpleasant Design”, que traduzindo para o português seria Design desagradável, os autores discutem sobre este conceito presente em estruturas feitas para impedir a presença de determinados públicos ou condutas em áreas públicas ou privadas.

Arquitetura Hostil: Como surgiu?

Estacas de metal com moldura quadrada projetadas para parar skates e patins.

Perguntas frequentes

Quais são os problemas associados à arquitetura hostil?

Os problemas associados incluem a violação dos direitos humanos, a exclusão social, a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, a falta de privacidade e segurança, e a falta de acesso aos serviços públicos.

Como a arquitetura hostil afeta as pessoas?

A arquitetura hostil pode afetar as pessoas de várias maneiras, incluindo a falta de acesso a espaços públicos, a falta de privacidade e segurança, a falta de acesso a serviços públicos, e a exclusão social.

A arquitetura hostil pode ter um impacto significativo na saúde e bem-estar das pessoas, incluindo aumento do estresse, medo e insegurança. Isso pode levar a problemas psicológicos, como ansiedade e depressão, e pode contribuir para a exclusão social de determinados grupos de pessoas, como idosos, crianças, pessoas com necessidades especiais e minorias étnicas.

Quais são os exemplos de arquitetura hostil?

Alguns exemplos incluem a instalação de grades nas janelas, a inclinação acentuada de rampas, a colocação de obstáculos em calçadas, a instalação de bancos sem encosto, e a colocação de pisos desconfortáveis.

Alguns exemplos comuns de arquitetura hostil incluem edifícios com design intimidador, como arranha-céus com janelas escassas ou estreitas, espaços públicos mal iluminados ou sem vigilância, e estruturas com barreiras físicas que dificultam o acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

Como posso projetar espaços públicos sem ser hostil?

É importante projetar espaços públicos com acessibilidade, segurança e privacidade em mente, e levar em conta as necessidades e desejos da comunidade. Além disso, é importante projetar com a finalidade de incluir e não excluir pessoas.

A arquitetura hostil é legal?

A arquitetura hostil pode ser legal, mas é importante considerar as leis e regulamentos aplicáveis, como as leis de acessibilidade e as normas de direitos humanos.

Qual é a diferença entre arquitetura hostil e arquitetura inclusiva?

A arquitetura hostil é projetada de forma a ser desagradável ou insegura para as pessoas que a usam, enquanto a arquitetura inclusiva busca criar espaços acessíveis e seguros para todos os usuários, independentemente de suas habilidades físicas, mentais ou sociais.

Como a arquitetura hostil pode ser evitada?

A arquitetura hostil pode ser evitada, envolvendo as comunidades e os usuários potenciais nos processos de projeto e tomando medidas para garantir que os espaços sejam seguros e acessíveis para todos. Isso pode incluir, por exemplo, a inclusão de características de design inclusivo, como rampas de acesso, iluminação adequada e vigilância eficaz.

Qual o nome da arquitetura que tende a excluir as pessoas dos centros urbanos?

O nome da arquitetura que tende a excluir as pessoas dos centros urbanos é a arquitetura hostil.

O que as cidades mais precisam?

O que as cidades mais precisam é de moradia, emprego, segurança e acessibilidade, com todos estes fatores, as populações conseguem se alimentar e progredir, ocasionando o crescimento de uma cidade.

O que é arquitetura defensiva?

Uma arquitetura defensiva é um local urbano, onde foram implantadas peças pontiagudas como estacas para restringir o acesso de determinadas pessoas, como moradores de rua.

O que é arquitetura excludente?

A arquitetura excludente é qualquer tipo de arquitetura que tem como objetivo excluir algum tipo de pessoa, como moradores de rua, skatistas, artistas urbanos, protestantes ou simplesmente pombos.

O que torna uma cidade urbana?

O que torna uma cidade urbana é rede de iluminação, calçadas, edificações contínuas, serviços públicos de educação e saúde, estes são um dos principais requisitos para se considerar uma cidade urbana. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) qualquer município ou distrito é considerado uma zona urbana.

Porque a cidade é de todos?

A cidade é de todos, pois mesmo sendo mínimo, todos pagamos impostos, o que nos dá o direito de sermos cidadãos de uma cidade.

O que é o direito à cidade no ordenamento jurídico nacional?

O direito à cidade no ordenamento jurídico nacional é o direito que todos os habitantes de uma cidade devem ter acesso, como residir em um lugar democrático e participativo, tendo melhores condições de trabalho, lazer, transporte, bons serviços públicos e educação.

Qual a lei e diretrizes do urbanismo?

A lei do urbanismo é a Lei N. 10,257, DE 10 DE JULHO DE 2001, onde no artigo 182 e 183 é estabelecido diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

Conclusão

Concluímos que a arquitetura hostil foi criada com objetivo de evitar ou dificultar o uso indesejado pelas pessoas, como vandalismo, tráfico de drogas ou acampamentos de moradores de rua, porém isso acaba criando situações desagradáveis entre os usuários do local.