Arquitetura Bizantina: Características e Exemplos de Obras
A arquitetura bizantina é um estilo arquitetônico que se desenvolveu durante o período da Idade Média, resultando da ligação entre a cultura helênica e a oriental. Foi usado principalmente em construções religiosas e tinha forte influência do Império Bizantino.
Como ocorreu na arquitetura romana, a arquitetura bizantina também foi usada como ferramenta política, teve desenvolvimento principalmente em construções religiosas, como veremos mais adiante.
O período bizantino teve como destaque na arquitetura, o uso de elementos e estilos anteriores (grego e romano), também foi marcante as mudanças na arquitetura religiosa devido ao surgimento do cristianismo e o fim do politeísmo.
A arquitetura é marcada pelo processamento das várias influências estéticas recebidas pelo Império Bizantino. Também destacou-se no desenvolvimento da engenharia e de técnicas construtivas arrojadas, tendo sido responsável pela difusão de novas formas e tipologias de cúpulas.
Hoje em dia são poucos exemplos que se tem da arquitetura, por isso, são através das basílicas construídas a partir do ano 330, que se tem exemplos da arquitetura bizantina. A ascensão do cristianismo e a criação de novas técnicas construtivas foi o que marcou esse período. Diante disto, surgem monumentos expressando a arte, como as basílicas que tinham intuito demonstrar o poder da religião cristã.
Império Bizantino
Para compreendermos como surgiu a Arquitetura Bizantina, precisamos entender como teve início o Império Bizantino.
O Império Bizantino nasceu a partir da expansão do Império Romano para o sudoeste da Europa e da África. Como os territórios conquistados pelos romanos tinham uma grande diversidade cultural, o processo de adaptação era lento e problemático.
Na parte Oriental, que também era dominada pelos romanos, a situação era mais fácil, porque eles já contavam com uma organização bem estruturada, principalmente porque os povos do Mediterrâneo já estavam culturalmente unificados devido ao antigo Império Macedônico e às influências gregas.
Como surgiu a Arquitetura Bizantina?
Juntamente com o Império Bizantino, a arquitetura bizantina iniciou por volta do final do século IV até o século XV, o Império Romano do Oriente teve êxito em suas invasões e ataques contra o Império Romano do Ocidente.
Constantinopla era o nome da capital, cujo nome antecedente era Bizâncio, virou a maior cidade do mundo após a queda de Roma, esse título durante cerca de quatrocentos anos, pertenceu a ela. Lá atualmente é Istambul, na Turquia.
As edificações iniciais do Império Bizantino tinham bastante influência das construções de Roma. Porém, a arquitetura bizantina teve independência, mudança e evolução em seu estilo do século VI em diante.
Mesmo sendo em Constantinopla onde teve o início da arte bizantina, se espalhou por todo o território onde o império dominava, como Grécia, Itália, Ásia Menor, países balcânicos e Rússia. A produção mais marcadamente bizantina ocorre entre os séculos IV e XII.
Características da Arquitetura Bizantina
A principal característica da arquitetura bizantina é a mistura de elementos estéticos de outras culturas, especialmente a greco-romana, e o uso de técnicas construtivas arrojadas. Porém, podemos destacar mais:
- Os móveis de madeiras preciosas, como camas, cadeiras, bancos, mesas, estantes etc. e objetos de decoração, como taças de prata e de ouro ricamente decoradas com belos relevos;
- As igrejas bizantinas originais são quadradas com uma planta central, inspiradas na cruz grega (crux immissa quadrata), ao invés da cruz latina (ordinaria crux) das catedrais góticas;
- Como boa parte da arquitetura antiga, também a bizantina caracterizava-se pelas obras de cunho religioso;
- Também foi marcado pelo desenvolvimento da engenharia e de técnicas construtivas inovadoras;
- Uso de colunas com inspirações coríntias e jônicas, além de colunas compostas, que surgiram durante o Império Bizantino superior e combinavam as duas. Outra bem comum é a coluna com blocos decorativos, inspirados nos desenhos do Oriente Médio;
- Eram bastante luxuosos e venerados nas igrejas, embora também estivessem presentes em oratórios familiares;
- A arquitetura bizantina tem como característica o uso estrutural de pendentes para elevar as cúpulas. Com essa técnica inovadora, uma cúpula conseguia subir do topo de um cilindro vertical, como um silo, ganhando altura. O método também é chamado de domo pendentivo e permite colocar um domo circular sobre um espaço quadrado ou um domo elíptico sobre uma área retangular;
- Também utilizavam outros materiais, como tijolos e pedras, não apenas mármore, como na antiguidade clássica;
Os interiores das igrejas revestidos de mármore ou outra pedra e algumas colunas também produzidas em mármore; - As linhas sinuosas e formas naturalísticas (precursoras do estilo gótico);
Características mais marcantes da Arquitetura Bizantina
Basílicas
Os cultos cristãos eram feitos em lugares subterrâneos, mas a partir do Império Bizantino, passaram a ter um lugar de destaque em obras arquitetônicas. As igrejas da arquitetura bizantina eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada com imensas cúpulas, criando-se obras enormes e totalmente decoradas.
Veja alguns exemplos de construções das basílicas Bizantinas:
Catedral de Santa Sofia
A Catedral de Santa Sofia tornou-se o maior símbolo desse estilo arquitetônico. Outros exemplos das primeiras obras bizantinas são a basílica de São João e a basílica dos Santos Sérgio e Baco.
A Catedral de Santa Sofia é resultado da união dos vários estilos das grandes construções romanas, foi construída entre 532 e 537 pelo Império Bizantino para ser a Catedral de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia).
A estrutura se assemelha a uma basílica romana, com uma forma retangular. Além da dimensão, o seu grandioso domo central, que é aqui pela primeira vez utilizado, torna-se um dos mais impressionantes atrativos e fica como símbolo maior da arquitetura bizantina.
Quatro arcos formam um quadrado que sustenta pendentes de abóbadas esféricas, que, por sua vez, apoiam o imenso domo. A base deste domo é vazada por quarenta janelas em arco que permitem a entrada da luz, dando leveza à estrutura e oferecendo a ilusão de um halo celestial.
Ela é considerada a mais importante obra da arquitetura bizantina e uma das mais revolucionárias na história da arquitetura.
Por quatrocentos anos, esta cidade foi a maior do mundo e, da Rússia à Veneza, as catedrais se basearam na Hagia Sofia, uma das mais belas igrejas do cristianismo.
O tempo não foi obstáculo para que ela ainda hoje permaneça bela, mesmo tendo sido várias vezes danificada e reconstruída após incêndios, terremotos e vandalismo. E finalmente convertida em mesquita, em 1453, onde hoje, dos seus quatro minaretes, se anuncia um exemplo de persistência, talvez pela fé, talvez pela inconsciente vontade de preservar a beleza.
Basílica de San Vitale
Situada em Ravenna, essa basílica começou a ser construída em 526, sob ordem do bispo Eclésio, ainda no reinado do ostrogodo Teodorico, e foi concluída em 548 por Maximiliano, já sob o domínio do Império Bizantino. Ela é considerada uma das criações mais importantes da arquitetura bizantina.
Uma de suas características marcantes é a presença de mosaicos em todo o interior, tanto nas paredes quanto no teto.
Durante o tempo de sua construção, Ravenna se tornou a capital do Império Romano Ocidental, tornando essa basílica ainda mais significativa. Para cobrir a igreja, foi usada uma grande quantidade de mármore. Já as cúpulas, típicas da arquitetura bizantina, eram feitas de terracota.
Basílica Sant’Apollinare Nuovo
Essa basílica está situada em Ravenna, na Itália, e foi construída por Teodorico, o rei dos Ostrogodos, no início do século VI.
Quando a Itália foi conquistada pelos bizantinos durante a Guerra Gótica, Justiniano mandou convertê-la em uma igreja ortodoxa e dedicá-la a São Martinho de Tours, em 561, sob o nome de São Martinho em Céus Dourados. O nome atual apenas foi dado em meados do século IX, quando ela se tornou o lar das relíquias de São Apolinário.
Ela também abriga os mais esplêndidos mosaicos bizantinos. Por isso, foi tombada como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1996, como parte dos monumentos cristãos primitivos de Ravenna.
Cúpula
Um dos destaques da arquitetura bizantina é a inovação do uso da cúpula, aplicada em diversas obras romanas. Por meio de um sistema de arcos, foi possível utilizar a cúpula em plantas quadradas, algo até então inédito no mundo. Ergueram-se quatro arcos sobre as paredes, que formavam triângulos curvilíneos. Juntos, eles serviam de base para a construção da cúpula arredondada.
Mosaicos
O Mosaico foi um tipo de arte muito difundido no Império Bizantino, principalmente durante o reinado do imperador Justiniano de 526 a 565. As imagens em mosaico eram formadas a partir de pequenos pedaços de pedra coloridos, colados nas paredes. Foram criadas com um estilo puramente decorativo, com padrões geométricos.
Trata-se de um tipo de arte muito difundido no Império Bizantino, que consiste na formação de imagens por meio de pequenos pedaços de pedra coloridos colados nas paredes. Essas pedrinhas são dispostas na superfície de acordo com um desenho previamente determinado.
Pinturas
Outro exemplo de arte bizantina na arquitetura são os ícones, pinturas feitas direto nas madeiras.
Trata-se de quadros que representam figuras sagradas como Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires. Em geral, eram bastante luxuosos e venerados nas igrejas, mas não era incomum encontrá-los em oratórios familiares.
Diferente da arte grega e romana, que privilegiava a técnica e perfeição das formas, a arte bizantina traz um contexto simbólico e religioso. O regime do período era teocrático, ou seja: o imperador tinha plenos poderes administrativos e espirituais sobre a população. Por esse motivo, não é raro encontrar na arte e arquitetura bizantina mosaicos onde ele aparece, juntamente com a esposa, cercando a Virgem Maria e o Menino Jesus.
Arquitetura Bizantina no Brasil
Em algumas cidades do país, é possível ver obras construídas no estilo bizantino. Um exemplo é o Museu Judaico de São Paulo.
Já na cidade de Prudentópolis, no interior de São Paulo, existem cerca de 50 igrejas com arquitetura bizantina. Mais de 70% da população tem ascendência ucrânia, o município mantém viva as origens e preserva sua cultura por meio de cultos ortodoxos na língua ucraniana.
Matriz de São Josafat
Um exemplo de igreja com arquitetura bizantina é a Matriz de São Josafat.
Arquitetura Bizantina na Itália
Na Itália, o maior centro da arte bizantina, entre os séculos IV e VII, está em Ravena, muito pelo esforço da imperatriz Gala Plácida, que ali chega por volta do ano 430, é o mausoléu de Gala Plácida a obra mais conhecida da arquitetura antiga ravenense, data do século V, e foi construído com materiais simples como tijolo cozido, com planta em cruz. Seu pequeno e aconchegante espaço interior é ricamente decorado com mosaicos.
Templo de Santo Apolinário Novo
No início do século VI, por influência do bárbaro Teodorico, simpatizante da arquitetura bizantina, são construídos o templo de Santo Apolinário Novo, o batistério dos arianos e o mausoléu do rei.
A experiência bizantina em Ravena termina com a magnífica construção de São Vital, cuja planta central deriva tanto das soluções clássicas romanas como dos exemplos encontrados em Constantinopla. Sofre também influência bizantina as cidades: Milão, como se verifica na basílica de São Lourenço e nos mosaicos de Santo Aquilino e São Vítor; Roma, bem representada pelos mosaicos de Santa Inês; e as cidades adriáticas de Perenzo e Grado.
Perguntas Frequentes
Quais os principais exemplos de obras de arquitetura bizantina?
Os principais exemplos de obras de arquitetura bizantina são as basílicas construídas a partir do ano 330, que foram construídas com o objetivo de demonstrar o poder da religião cristã.
Qual era o objetivo principal da arquitetura bizantina?
O objetivo principal da arquitetura bizantina era criar construções religiosas que refletissem o poder do Império Bizantino e da religião cristã.
Como a arquitetura bizantina se relaciona com o Império Bizantino?
A arquitetura bizantina surgiu junto com o Império Bizantino e teve influência direta do mesmo, tendo sido usada como uma ferramenta política para refletir o poder do Império.
Quais as principais diferenças entre a arquitetura bizantina e a romana?
As principais diferenças entre a arquitetura bizantina e a romana são a maior influência da cultura helênica na bizantina e a maior ênfase na construção de edifícios religiosos na arquitetura bizantina. A arquitetura romana é mais simples e menos adornada.
Como a arquitetura bizantina influenciou a arquitetura atual?
A arquitetura bizantina influenciou a arquitetura atual através do desenvolvimento de novas técnicas construtivas, como o uso de cúpulas, e a difusão de novas formas e tipologias arquitetônicas.
Qual foi a principal fonte de inspiração para a arquitetura bizantina?
A principal fonte de inspiração para a arquitetura bizantina foi a arte e a arquitetura da Grécia antiga.
Quais são os principais elementos da arquitetura bizantina?
Os principais elementos da arquitetura bizantina incluem cúpulas, abóbadas, mosaicos, arcos redondos e decorações ornamentadas.
Onde a arquitetura bizantina foi mais usada?
A arquitetura bizantina foi mais usada na região do Império Bizantino, que incluía a maior parte da Europa Oriental e Norte da África, bem como o Oriente Médio.
Quais são as principais estruturas bizantinas?
Os principais edifícios bizantinos incluem a Hagia Sophia, a Basílica de San Vitale, a Basílica de São marcos e o palácio de Justiniano.
Quais são os principais elementos decorativos da arquitetura bizantina?
Os principais elementos decorativos da arquitetura bizantina são mosaicos, afrescos e ornamentos florais.
Como a arquitetura bizantina está relacionada à arte bizantina?
A arquitetura bizantina e a arte bizantina estão intimamente relacionadas. Devido a muitos elementos decorativos da arquitetura bizantina, como mosaicos e afrescos. também contribuiu para a arte bizantina. Além disso, ambas as formas de arte são fortemente influenciadas pela arte e arquitetura grega antiga.
O que é uma cúpula bizantina?
As cúpulas bizantinas são uma característica da arquitetura bizantina e são colocadas para cobrir grandes espaços abertos em edifícios religiosos e palácios. Muitas vezes eram enfeitados com mosaicos ou afrescos.
O que é Mosaico Bizantino?
Mosaicos bizantinos são croquis ou imagens feitas de pequenos pedaços de vidro ou cerâmica chamados tesselas. Eles eram frequentemente usados para enfeitar pisos, paredes e cúpulas em edifícios bizantinos.
Conclusão
Concluímos que a Arquitetura Bizantina foi de grande importância na expansão do império romano, além disso ela trouxe obras que marcaram a história da arquitetura, desde a época em que foi descoberta, até nos dias de hoje.
Ela foi preservada e é muito utilizada em construções por vários lugares no mundo, deste modo, é necessário entender que a arquitetura não é somente um estilo ou característica de construções, mas, vai muito além disso, ela tem influência do cotidiano, da cultura, da religião e da história ao longo do tempo.
Sou Leandro Amaral, técnico eletrotécnico desde 2011, professor de cursos online desde 2013 e arquiteto desde 2016. Assim como apresentar projetos de qualidade mudou a minha vida, acredito realmente que pode mudar outras e desse modo quero compartilhar isso com o maior número de pessoas possível. Ensino meus alunos a despertarem seu potencial máximo na arte chamada Arquitetura. Junte-se a nós. CAU (Registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo): A117921-7.
3 Comentários
No tocante ao que se refere às informações sobre a arquitetura bizantina no BRASIL, Prudentópolis fica no estado do PARANÁ e também não é uma igreja ortodoxa e sim ucraniano-católica.
excelente conteúdo
Esse é um bom apanhado do que é a arte bizantina.
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