Projeto Hidrossanitário: Para que serve e 10 Dicas para uma boa execução

Conteúdo do artigo:

Você já ouvir falar do projeto hidrossanitário?
Nesse artigo aprenderemos muito sobre ele, pois sem dúvida, é necessário para que seus projetos de arquitetura se tornem completos. Veremos também os 10 erros mais comuns nas instalações hidrossanitárias.

Para começar uma construção, é preciso se atentar aos detalhes para tomar as melhores decisões. O projeto arquitetônico e o projeto elétrico são importantes, e geralmente são os que as pessoas mais prezam. Mas, existe outro projeto pouco conhecido e pouco executado, que pode fazer a diferença no final da sua construção, é o projeto hidrossanitário, ou projeto de esgoto e hidráulico.

O que é projeto hidrossanitário?

Projeto hidrossanitário: O que é?

O projeto hidráulico e sanitário é a parte da engenharia que se preocupa com o projeto de sistemas de água, esgoto, drenagem e tratamento de águas pluviais em edifícios e estruturas.

O projeto hidrossanitário é o mapeamento de toda a rede de encanamento, uma ramificação da engenharia que se dedica a instalações hidráulicas e sistemas de esgoto. Ou seja, entrada e saída de água quente e fria, pode conter até uma captação de água das chuvas para reaproveitamento, tipos de tubulações e suas aplicações dentre outros pontos importantes.

Engana-se aquele que pensa que o projeto hidrossanitário só serve para marcar o local de instalação de chuveiros, ou de torneiras.

Para que serve um projeto hidrossanitário?

O projeto hidrossanitário é extremamente importante pois é através dele que a construção receberá os equipamentos e peças necessárias para o devido funcionamento da rede de água fria e quente (se existir), rede de esgoto para descarte dos dejetos na rede de esgoto (se existir) ou na fossa séptica e sumiduro, e, dependendo do projeto, aproveitamento da água da chuva para descargas e rega de jardim.

Como fazer projeto hidrossanitário? Passo a passo:

  1. O primeiro passo é consultar o projeto arquitetônico e estrutural da construção, o projeto hidrossanitário deve seguir eles, já que um depende do outro para funcionar bem;
  2. O projeto de decoração também pode ser consultado, todos devem estar interligados para que fiquem uniformes;
  3. Com o projeto de arquitetura, quase sempre, é anexado um memorial descritivo, que tem em detalhes todos os materiais que serão utilizados – marcas e tipos – para que a qualidade seja garantida. Superimportante entender que o uso de produtos que não são certificados, prejudica o projeto hidrossanitário e significa retrabalho e problemas futuros. Certifique-se de usar produtos que tenham garantia e qualidade, também seguir à risca o que foi recomendado no memorial descritivo;
  4. A recomendação é para que seja feito o sistema sanitário – que inclui o mapeamento do percurso que os rejeitos farão de casa até o sistema público de saneamento da cidade. Esse sistema parece simples, porém, possui detalhes que quando não são planejados com precisão, trazem problemas futuros, como mau cheiro nos cômodos da casa, esgoto que não esvazia, infiltrações, entre outros;
  5. Portanto, para fazer um projeto hidrossanitário tem que ter planejamento. Integrar todos os projetos, os planos coesos e seguir todas as normas, além de materiais de boa qualidade e com certificação, assim teremos uma obra sem problemas.

Analisar interferência com projeto estrutural

Para realizar a análise de interferências dos projetos: arquitetônico, estrutural e hidrossanitário, precisamos utilizar vários softwares, com isto garantimos uma análise coesa que traz uma certeza para os responsáveis pelo empreendimento de que a construção não terá problemas.

Em algumas situações pode ser necessário atravessar um tubo de esgoto no sentido da espessura da viga, por exemplo. Nesse caso, é primordial que essa informação seja passada ao projetista para que o cálculo estrutural da viga com essa perfuração seja previsto pelo projetista estrutural.

Não custa lembrar que essa é uma decisão que não deve ser tomada no momento da execução da edificação, porque pode causar danos e imprevistos à estrutura da obra. Após a execução da análise, é possível verificar quais interferências podem ser resolvidas já na mesa de projeto, evitando assim eventuais problemas na execução.

Escolha correta dos materiais

Projeto hidrossanitário: Escolha correta dos materiais

Para obtermos uma escolha correta dos materiais, não só precisamos pensar nas qualidades e garantias, precisamos ir além:

  • Sempre as resistências à variação de temperatura dos materiais que serão utilizados nas tubulações;
  • A elaboração correta dos cálculos das pressões hidráulicas também precisam atingir os valores mínimos informados na norma ou exigidos pelo fabricante de cada equipamento;
  • Deve-se também, evitar pressões excessivas na elaboração do projeto hidrossanitário, as quais não podem ultrapassar o valor de 40 m.c.a..

Cálculos com base nas normas da vigilância sanitária

Um profissional responsável por um projeto hidrossanitário precisa ter conhecimento da área em que trabalha e entendimento de toda a parte burocrática que envolve a aprovação do projeto para ser competitivo e desenvolver um bom trabalho.

Tem cidades que as prefeituras exigem o projeto hidrossanitário na hora de fazer a aprovação do projeto arquitetônico, tem cidades que não exigem. Se for o seu caso, Além de conhecer todos os documentos que são necessários para aprovação do projeto hidrossanitário com a prefeitura, o profissional deve ter como prática:

  • Consultar a viabilidade de fornecimento de água;
  • Consultar a viabilidade de ligação de esgoto na rede coletora que depende do órgão responsável por estas áreas.

Estando com o projeto hidrossanitário pronto, deve-se apresentar também:

Tudo conforme as normas da Vigilância sanitária.

Volume de reservatórios

Projeto hidrossanitário: Volume dos reservatórios

Quando projetados dois reservatórios, o superior deve ser dimensionado para 40% do volume do consumo diário e o inferior para 60% deste consumo.

Se a única opção for o abastecimento através de caminhões pipa, ou em casos em que o sistema de abastecimento seja deficiente, orienta-se estudar a aceitação de reservatórios com maior capacidade.

Os reservatórios têm que ser fechados e cobertos para não permitir a entrada de luz natural ou de fragmentos que possam poluir ou contaminar a água. Devem ser de fácil acesso ao seu interior para inspeção, limpeza e manter a qualidade da água.

Quando possível deve ser dimensionado duas células de abastecimento, de modo que permita a manutenção sem atrapalhar o abastecimento de água. Os reservatórios deverão ser projetados e executados tendo a instalação dos seguintes:

  • Limitadores de nível de água, com a finalidade de não ter a perda de água por extravasamento;
  • Tubulação de limpeza posicionada abaixo do nível de água mínimo;
  • Extravaso dimensionado como que possibilite a descarga da vazão máxima que preenche o reservatório;
  • Precisa-se de um espaço livre acima do nível máximo de água, adequado para a ventilação do reservatório e colocação dos dispositivos hidráulicos e elétricos.
  • Reservatório inferior (cisterna) deve ser previsto ramal especial com instalação elevatória para limpeza, sempre que não for possível projetar este ramal por gravidade.
  • Não tendo possibilidade de utilização de reservatório superior, para garantir o abastecimento contínuo em condições ideais de pressão e vazão, sugere-se a utilização de instalação hidropneumática.

Diâmetro das tubulações

Projeto hidrossanitário: Diâmetro das tubulações

Muito importante entender que os diâmetros, precisam esta corretos para que estejam interligados de forma com que não haja dor de cabeça.

É preciso atender a norma brasileira para que exista a devida pressão no sistema de água através da ABNT NBR 5626:1998, bem como a vazão no sistema de esgoto através da ABNT NBR 8160:1999.

Projeto hidrossanitário residencial e o projeto arquitetônico

Em um projeto hidrossanitário são direcionados todos os componentes como, tubulações, registros, válvulas, bombas, sifões e caixas de armazenamento, esses são conectados com as outras partes da edificação como, vasos, lavatórios e tanques.

Tudo para ficar de acordo com o projeto arquitetônico, pois o projeto hidrossanitário deve acompanha-lo de forma complementar tornando uma obra perfeita e completa, para que o cliente fique satisfeito, trazendo uma garantia de funcionalidade vitalícia.

Esse planejamento hidráulico trará em longo prazo uma economia ao cliente juntamente com um conforto e garantias exatas. Assim obteremos redução com desperdícios de materiais e gastos com manutenção.

Elementos de projetos hidrossanitários

Um excelente projeto hidrossanitário contém:

  • as plantas baixas;
  • detalhes isométricos e de entrada;
  • detalhes 3D do projeto global e não só de cada ambiente;
  • imagens de exemplos;
  • quantitativos detalhados.

Todos esses elementos são importantes para uma boa funcionalidade e precisamente qualidade.
Quanto mais precisas forem as informações e melhor apresentadas, menor a chance de erro de quem está executando.

O projeto hidrossanitário deverá ser elaborado de forma a entregar:

  • eficiência;
  • manutenção;
  • segurança;
  • economicidade;
  • compatibilidade entre todos os sistemas envolvidos, em especial os de estrutura e prevenção contra incêndio e pânico (se houver).

Projeto de água fria

Projeto hidrossanitário: Projeto de água fria

O projeto hidrossanitário de Água Fria é composto por:

  • elementos gráficos;
  • memoriais;
  • desenhos e especificações técnicas que definem a instalação do sistema de recebimento;
  • alimentação;
  • reservação;
  • distribuição de água fria nas edificações.

O projeto hidrossanitário deve ser apresentado de forma clara e legível, obedecendo às normas construtivas da ABNT, Prefeitura Municipal, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e demais órgãos competentes, quando for necessário, principalmente quando se tratar de projetos especiais como clínicas veterinárias, hospitais, laboratórios, etc.

O que é composto um projeto de água fria?

Em um projeto de água fria você irá encontrar:

  • a locação de entrada de água (hidrômetro e registro);
  • as colunas de distribuição de água;
  • os ramais de distribuição;
  • a localização das peças de saída.

Também é necessário dimensionar a caixa d’água para atender a demanda de moradores, considerando seu consumo de área, a quantidade de pessoas que residem e a reserva de incêndio quando for de uso coletivo.

Também vale lembrar que se a edificação não for atendida por água tratada pela concessionária local, é possível fazer uso de poço artesiano em vários casos.

Projeto de água quente

O projeto de Instalação Predial de Água Quente é composto por:

  • elementos gráficos;
  • memoriais.
  • desenhos e especificações técnicas que definem a instalação do sistema de aquecimento;
  • reservação;
  • e distribuição de água quente na edificação.

Tem que ser projetado de forma que seja compatível com o projeto arquitetônico e demais projetos complementares, visando à máxima economia de energia, o menor desperdício e o máximo reaproveitamento da água.

Nas instalações de água quente, o projeto hidrossanitário também deverá ter o cálculo estrutural para ser dimensionado, prevendo as tubulações que irão levar a água da caixa d’água até o boiler e deste para as peças de utilização.

O caminho percorrido é diferente da água fria, fazendo a junção apenas um pouco antes da peça de utilização, onde terá um misturador.

Projeto sanitário

Projeto hidrossanitário: Projeto sanitário

O projeto de Esgoto Sanitário é composto por:

  • elementos gráficos;
  • memoriais;
  • desenhos e especificações técnicas que definem a instalação do sistema de coleta;
  • condução;
  • afastamento dos despejos de esgoto sanitários das edificações.

Deverão ser projetadas de forma que sejam compatíveis com o projeto arquitetônico e demais projetos complementares, visando à máxima economia de energia e equipamentos.

Detalhes importantes

Nesse projeto é importante considerar:

  • as prumadas da tubulação;
  • suas inclinações mínimas para que o dejeto possa escoar por gravidade;
  • as ramificações necessárias.

É necessário locar os ralos, ver quais os materiais e peças que serão utilizados, locar as posições das caixas de passagem, gordura, inspeção, filtros, etc. O esgoto será descartado na rede de esgoto pública onde será tratado.

Se não tiver rede de tratamento público de esgoto deverá ser adotado sistema individual de tratamento (famosa fossa).

Projeto pluvial

O projeto de Instalações de Águas Pluviais é composto por:

  • elementos gráficos;
  • memoriais;
  • desenhos e especificações técnicas que definem a instalação do sistema de captação;
  • condução;
  • afastamento e reaproveitamento das águas pluviais de superfície e de infiltração das edificações.

Deverão ser projetadas de forma que sejam compatíveis com o projeto arquitetônico e demais projetos complementares.

Formarão o projeto de drenagem pluvial:

  • Águas pluviais provenientes das coberturas, terraços, marquises e outros;
  • Águas pluviais externas, provenientes de áreas impermeáveis descobertas como pátios, quintais, ruas, estacionamentos e outros;
  • Águas pluviais de infiltração, provenientes de superfícies receptoras permeáveis como jardins, áreas não pavimentadas e outras.

O projeto de águas pluviais entregue deverá conter os seguintes elementos:

  • Pranchas com desenhos: planta, detalhamentos, etc.;
  • Memorial descritivo;
  • Memorial de Cálculo (Roteiro de cálculo);
  • ART ou RRT e demais documentos comprobatórios que venham a ser solicitados.

É necessário dimensionar a calha que irá conduzir a água da chuva, a declividade para que ela escorra e a prumada da tubulação que irá conduzir até a rede municipal. A água da chuva não deve ser despejada na tubulação de esgoto. É importante que a via pública tenha coletores para ambos os dejetos.

Lembrando que se não tiver rede de coleta de esgoto, deverá ser adotado sistema individual de tratamento.

Vantagens do projeto hidrossanitário

Projeto hidrossanitário: Vantagens

O projeto hidrossanitário não é tão usado visto que os clientes querem ir direto ao seu próprio encanador ou aquele trabalhador pouco especializado. Porém, é necessário listar alguns dos muitos benefícios que ele traz.

1. Economia

Solicitando um projeto hidrossanitário, no qual são feitos: o planejamento e análise das tubulações, pressões e saídas na obra, a economia é na faixa de 20%.

2. Facilita Manutenções

É fato que toda obra precisa de manutenções de rotina. Agora, como alguém fará uma manutenção destas se não possui o projeto e não sabe onde passam as tubulações?

Você não imagina a quantidade de pessoas que procuram profissionais capacitados, porque estão desesperadas e precisam saber onde está a caixa de gordura, ou a fossa. Muitas vezes, apenas quebrando e procurando, e quem já passou por isso sabe que esta dificuldade não tem preço.

3. Instalações efetuadas de maneira correta

Às vezes tem aquele amigo “encanador” que resolve a instalação hidrossanitária de uma residência, mas é apenas um amador que pode gerar alguns “erros” e o incômodo gerado pode desgastar até relacionamentos.

Tem aquele problema de odor do ralo, e outros conhecidos como: o da espuma da máquina de lavar voltando em algum ralo, ou aquele básico de não poder “dar descarga” enquanto toma banho.

É fundamental contratar um profissional de qualidade pra fazer um projeto de arquitetura que possibilite que as instalações sejam efetuadas de forma correta, evitando este tipo de dor de cabeça.

4. Compatibilização com os demais projetos

Será que vale deixar a cargo do cliente decidir se faz ou não o projeto hidrossanitário?

O cliente vem pedir para apenas assinar, pois diz que vai dar tudo certo com o encanador. Se você “assina” esta ART pra “ajudar” seu cliente, garanto que não está ajudando ele, e principalmente, que está se prejudicando.

Além de estar em desacordo com o código de ética dos conselhos, se houver qualquer tipo de problema, você será o responsável a responder por aquilo. Pergunto: vale a pena mesmo?

Quase sempre somos contratados a fazer apenas projeto estrutural. Mas como há o projeto hidrossanitário, o encanador chega à obra com a estrutura já pronta e precisa “passar suas tubulações”, e aí é onde mora o problema.

Eles chegam a literalmente cortar a viga inteira no teto para passagem de tubulações, tirando o apoio total delas. Ou somente uma “raspadinha” no pilar pra passar as tubulações na parede.

Esta raspadinha simplesmente tira todo o cobrimento de concreto e deixa a armadura da viga exposta e sem proteção.

Então pergunto de novo: vale a pena não contratar o projeto hidrossanitário? TODOS SÃO LIGADOS.

10 Dicas para um projeto hidrossanitário bem executado

As dicas a seguir são um fator superimportante para haver durabilidade em longo prazo de um sistema hidráulico impecável. Às vezes queremos procurar e pensar primeiro nos materiais e esquecemos que é necessário um bom planejamento, ou seja, um ante-projeto.

Se o projeto hidráulico não for bem feito, tudo pode ir, de fato, por água abaixo. Por isso, é importante dar a devida atenção a essa etapa.

Confira 10 dicas para um bom projeto hidrossanitário:

1. Desempenho

O sistema deve cumprir os requisitos propostos da melhor forma possível, sem afetar outras questões de quem vai usufruir sempre. Você deve entender o que cliente deseja, mesmo que não seja algo certo, e transforma-lo para adquirir um projeto hidrossanitário perfeito e satisfatório, mas para isso precisa desse processo.

Um exemplo disso é o barulho que pode acontecer em tubulações mal projetadas, que com um bom planejamento pode evitar desconfortos.

2. Economia

Em qualquer planejamento seja qual for a área, o cliente deve buscar minimizar custos, mas também pensar em longo prazo: algumas soluções podem ter um valor de implantação maior, porém, que geram economia ao longo dos anos. Não seria diferente em um projeto hidrossanitário: buscar rendimentos com materiais de boa qualidade e bom preço .

3. Sustentabilidade

Buscando minimizar os impactos numa construção, o profissional deve ter esse certo cuidado, o projeto hidrossanitário deve conter todas as informações necessárias para quem vai construir, mesmo que não seja um especialista.

Nele devem constar os detalhes de todos os subsistemas que compõem a parte hidráulica e sanitária do imóvel, como as tubulações de água fria, água quente, esgoto, água pluvial. O padrão básico é o seguinte:

  • plantas baixas;
  • detalhes de esgoto;
  • isométricos de água;
  • esquemas verticais de água e esgoto;
  • detalhes específicos.

Tudo pensando também em ter um projeto com uma boa sustentabilidade.

4. Cuidados com a caixa d’água

Nada popular nos projetos e de certa forma até esquecido é o o volume da caixa d’água, mas sempre tenha atenção:

  • Volume a ser adotado para caixa d’água;
  • Se tiver sistema de água quente, tamanho do boiler ou aquecedor;
  • Reservatório para reaproveitamento de águas pluviais e seu volume (se houver).

Tudo isso é fundamental para o dimensionamento correto do tamanho do ambiente e para que o calculista considere a carga adequada no projeto hidrossanitário, prevendo futuras manutenções e limpeza da caixa d’agua.

5. Tratamento de esgoto e cisterna de água potável

Os padrões de água potável são bastante restritivos, logo, para poder transformar seu esgoto, ou mesmo a água da chuva em água potável, seria necessário um complexo sistema de tratamento com o uso de produtos químicos.

Mesmo que já existam no mercado os sistemas de ultrafiltração, que são capazes de filtrar e desinfetar a água e que são bastante acessíveis, estes sistemas purificam tanto a água que retiram até seus minerais, logo, o que sobra é o puro H²O, que por si só não é suficiente para nos manter vivos. É neste sentido que a portaria do ministério da saúde atua. Tem maneiras de tornar a água potável, mas elas são difíceis para ter em um sistema residencial, são elas:

Infiltração

Ao infiltrar a água tratada no solo ela abastecerá o lençol freático. No processo conhecido como percolação, a terra e os minerais eliminam impurezas da água e torna nutrida com sais minerais.

Mas ainda assim, não é possível obter controle total sobre a quantidade e os tipos de sais.

Estações de tratamento de Água

Obtém-se através do método físico-químico, atender aos critérios da portaria do Ministério da Saúde, é este inclusive o método utilizado nas estações municipais, mas para tratar o próprio esgoto é um método inviável financeiramente e que requer operação constante.

Ou seja, um custo um tanto alto que contém muitas manutenções. É possível, entretanto. Só é necessário estudar a melhor forma, seja coletivo ou único.

Tubulação nas instalações hidrossanitárias

Existem vários tipos de tubulações, tais como:

  • Tubulações aparentes;
  • Tubulações Enterradas;
  • Tubulações de PVC Soldada.

Antes da montagem e instalação correta, todos os tubos e conexões serão inspecionados confirmando se estão perfeitamente limpos, isentos de poeiras e elementos estranhos, também toda tubulação tem que ser instalada no mais perfeito alinhamento e de forma certa do ponto de vista mecânico.

As linhas verticais deverão estar no prumo e as horizontais correrão paralelas às paredes do prédio, evitando, sempre que possível tubulações sobre equipamentos elétricos, conexões e válvulas montadas parcialmente ou totalmente dentro de paredes.

Nos mais altos pontos das tubulações de água deverão ser previstas ventosas e nos pontos baixos registros para dreno, além dos pontos específicos indicados nos desenhos.

6. Teste de pressão hidrostática

Teste hidrostático não é uma panaceia universal. Melhor teria sido dizer “verificação de integridade física” (existem diversos métodos não destrutivos). Como a maior parte de nossas normas são traduções mal interpretadas de normas estrangeiras, veio isto.

O (TH) Teste hidrostático é algo de suma responsabilidade e exige o acompanhamento contínuo de um engenheiro habilitado e experiente, pois é um teste destrutivo quando não se conhece os limites do sistema em teste.

Quem define os valores de pressão (tensão) são os códigos. E o teste de pressão Hidrostática é indispensável, pois evita vazamentos, mau cheiro e grandes acidentes.

Tudo isso para garantir um sistema hidráulico estanque, ou seja, é necessário fazer o teste de pressão hidrostática antes de fechar a parede e cobrir o encanamento.

Este teste é feito utilizando um compressor com manômetro. Após atingir a pressão exigida pela norma, o sistema deve manter esta pressão por um período de uma hora. Assim é possível verificar se há vazamentos.

7. Utilizar anéis de vedação com cera

O anel de vedação é feito de um material maleável (cera especial à base de borrachas sintéticas e minerais), não endurece e nem quebra com o tempo, é ótimo para vedar o mau cheiro do esgoto e dispensa os outros tipos de vedação como bolsa plástica ou massa de vidraceiro.

Algumas pessoas acreditam ser melhor colocar no lugar do anel de vedação um revestimento em argamassa. Porém, esse método não funciona muito bem já que com o tempo a argamassa quebra e o mau cheiro se proliferará pelo ambiente.

Além do que, caso seja necessária a remoção do vaso, com a instalação da argamassa o mesmo pode quebrar e ferir quem o está manuseando, portanto é perigoso e não é recomendado. Opte por usar anéis de vedação com cera.

8. Integração com outros projetos

O sistema hidrossanitário pode estar interligado a outros sistemas como o de coleta de água da chuva, o de reaproveitamento de águas e o de aquecimento.

Para manter o consumo de água estável e com isso tornar a edificação mais sustentável, é possível reutilizar a água pluvial para usos que não exigem a sua potabilidade. Exemplos desses usos são lavar as roupas, irrigação de jardim, descarga e até chuveiro.

Neste caso será necessário contar com um sistema de cisterna equipada com bomba compressora e um par de boias.

Quando obtiver o sistema de cisterna para o seu projeto hidrossanitário, repare o consumo diário da edificação e a quantidade e sazonalidade das chuvas. Assim será possível prever um sistema que atenda à demanda durante o período de estiagem, esta cisterna deve ser mantida pela água da rede pública quando o seu nível estiver abaixo do mínimo.

A integração com os sistemas de aquecimento também precisa de atenção especial em seus projetos de arquitetura. Verifique quais exigências o produto tem em relação a vazão, nível em relação a reservatórios, etc. O sistema de aquecimento a gás exige uma vazão mínima enquanto o de aquecimento solar deve ser instalado em um nível específico.

Lembrando também que antes dessa integração, sabemos que o projeto hidrossanitário já estará interligado com o projeto elétrico e arquitetônico.

9. Tipos de tubulações

Garantindo a qualidade e segurança do sistema hidráulico e até mesmo facilitar a sua manutenção, é possível utilizar outros tipos de tubulação além do tradicional PVC, verifique nas lojas de materiais de construção de sua cidade.

PPR

O PPR, além de resistir à água quente, permite a passagem de tubulação por dentro do contra piso com menor risco de vazamento. Isso porque o PPR é feito de um material mais maleável e flexível que o PVC e também por utilizar junções fundidas por aquecimento.

PEX

Outra opção também recomendada é a utilização do PEX, tubulação flexível vendida em bobinas.

Este tipo de tubulação apresenta a vantagem de não haver desperdícios por ser possível cortar o tamanho exato diretamente da bobina. Outra vantagem é que, por ser flexível, elimina a necessidade de diversas conexões, reduzindo as perdas de pressão e os riscos.

O PEX pode ser aplicado dentro de camisas, canos de maior diâmetro. Contudo, é possível retirar e mudar o cano em caso de manutenção. Para facilitar ainda mais as instalações hidráulicas, existem kits prontos como, por exemplo, a tubulação do chuveiro já com registros, misturadores, etc.

Obs.: Este kit é muito utilizado em prédios onde há uma grande repetição de espaços como banheiros e cozinhas. Geralmente, estes kits são aplicados atrás de paredes drywall que já servem como mochetas hidráulicas destes ambientes.

10. Melhores softwares para criar projetos hidrossanitários

Como hoje podemos obter uma ajuda essencial dos programas para a elaboração dos projetos de arquitetura, no projeto hidrossanitário não poderia ser diferente. O ideal é você utilizar um software 3D que já possibilita a geração automática das listas de materiais. Os softwares mais indicados são o Revit e o QiBuilder Hidrossanitário.

O Revit possui templates muito completos e é muito prático para se criar um projeto bem detalhado e o QiBuilder possui uma biblioteca brasileira completíssima.

Quer saber mais? Conheça o curso de REVIT online que preparamos para ajudar muito mais nos seus projetos de maneira bem completa. No curso você aprenderá o passo a passo para fazer projetos arquitetônicos impecáveis.

Independente do software que você escolher, lembre-se de que o seu projeto é feito para passar a sua ideia para quem irá executar da melhor maneira possível.

Projeto hidrossanitário DWG

O projeto hidrossanitário DWG é um formato de armazenamento super eficaz que possibilita a visualização de forma muito produtiva.

10 erros mais comuns nas instalações hidrossanitárias

1. Reservatório elevado e cisterna

No projeto de reservatório elevado ou até de uma cisterna, o erro que mais acontece é pensar somente em uma caixa d’água. Caso ocorrerem problemas sérios na edificação, como por exemplo exemplo, a manutenção em caso de vazamento, toda a construção ficará sem água. Se na sua região faltar muita água, considere colocar mais de uma caixa d’água.

2. Ramais de distribuição de água

Outra falha tão comum no setor de instalações hidráulicas é construir os ramais de distribuição de água no formato de um “U” invertido, esta estrutura gera um fluxo desfavorável. Além disso, contribui para a formação de um vácuo que cria bolhas de ar. Isso faz com que torneiras e chuveiros, quando acionados, liberem um fluxo descontínuo e que pode acontecer é acabar danificando a resistência do chuveiro, devido à dificuldade no escoamento, além de outros problemas.

3. Válvulas de descarga

Nas descargas, muitas vezes o projetista não especifica corretamente o diâmetro da válvula. Isso acontece, em geral, por desconsiderar as pressões aplicadas nesta peça, considerando apenas os pesos. Por isso tem que ser bastante descritivo.

4. Tubulações plásticas

Os tubos de PVC são os mais usados, mas, com o tempo, as tubulações sofrem deterioração pela exposição contínua ao sol e as mudanças de temperatura, o desgaste torna-se inevitável.

Isso tem como consequência a perda de resistência e colapso do material. Por este motivo, o ideal é investir em tubos com material mais resistente ou na substituição dos equipamentos antigos com determinada periodicidade.

5. Irregularidades na central redutora de pressão

Não ficar atento aos detalhes também é comum no setor de instalações hidráulicas. É possível encontrar projetos sem especificações como:

  • Meios de drenagem;
  • Espaço para a instalação de filtros tipo Y;
  • Registros de fechamento.

6. Localização da casa de bombas

Para manter o bom funcionamento de uma bomba, é necessário deixa-la em um nível mais baixo do que o fundo do reservatório. Entretanto, este detalhe de localização pode passar batido para alguns profissionais, que acabam fazendo projetos que impedem o afogamento da bomba.

7. Espaço na casa de bombas

Geralmente, a casa das bombas não tem um espaço ideal para sua instalação e também manutenções periódicas, por isso, deve-se prever um espaço mínimo conforme cada prefeitura exige.

8. Ruídos e vibrações das bombas de recalque

Para conter o efeito dos ruídos e vibrações que as bombas emitem ao operar, é preciso que sua localização e o material com que será feito o assentamento seja bem separado, assim será possível absorver os sons de incômodo.

Além de minimizar o barulho destas instalações hidráulicas, também aumenta a proteção das tubulações de rachaduras e vazamentos.

9. Eletrodutos aparentes na cisterna

A água da cisterna quase sempre evapora e forma gotículas no topo. Isto acaba gerando infiltração nos eletrodutos e permitindo o desenvolvimento de problemas nas instalações elétricas.

Com isso, a manutenção destes trechos acaba oferecendo grande perigo aos profissionais envolvidos. Por isso, é indicado que no momento da criação do projeto hidrossanitário, lembre-se de não atravessar os eletrodutos pela cisterna (como já vimos muito).

10. Ausência de folga nas paredes da cisterna

Outro erro é a falta de espaço nas paredes de uma cisterna. Este é um grande erro, neste caso, é elaborar o projeto hidrossanitário sem conhecer profundamente a necessidade de volumetria em função do consumo de água. O final desta situação é a instalação de câmaras com dimensão insuficiente.

Como cobrar um projeto hidrossanitário?

O preço depende muito da localização do imóvel, se será preciso fazer elevatória para o esgoto ou não, se é necessário fossa ou não, se terá reaproveitamento da água de chuva, fazendo a coleta desta e reutilização para lavagem de calçadas, regar jardins, etc.

Quanto custa um projeto hidrossanitário?

Em um imóvel de 300m² um projeto deste irá custar em torno de R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00 dependendo das soluções negociadas junto ao cliente.

Perguntas frequentes

Como é realizado o projeto hidráulico e sanitário?

O projeto hidráulico e sanitário é realizado a partir de cálculos para determinar as necessidades de água, esgoto e drenagem, bem como as dimensões dos canos, tanques e equipamentos necessários para atender essas necessidades. Ele também inclui desenhos e especificações para a instalação dos sistemas.

Quais são os principais componentes de um sistema hidráulico e sanitário?

Os principais componentes de um sistema hidráulico e sanitário incluem tubos e canos, válvulas, bombas, tanques, sistemas de tratamento de água e esgoto, e sistemas de drenagem.

Quais são os principais cálculos necessários para o projeto hidráulico e sanitário?

Os principais cálculos necessários para o projeto hidráulico e sanitário incluem cálculos de vazão, pressão, velocidade, dimensionamento de tubos, tanques e equipamentos, além de cálculos de tratamento de água e esgoto.

Como é realizado o dimensionamento dos tubos e canos em um projeto hidráulico e sanitário?

O dimensionamento dos tubos e canos é realizado com base na vazão de água ou esgoto, pressão, velocidade e diâmetro interno dos canos, levando em consideração normas e regulamentações específicas. É importante garantir que haja capacidade suficiente para atender às necessidades do sistema, evitando problemas como entupimentos e vazamentos.

Quais são as normas e regulamentações que devem ser seguidas em um projeto hidráulico e sanitário?

As normas e regulamentações variam de acordo com a localização e as especificidades do projeto, mas geralmente incluem normas da ABNT, regulamentações de órgãos de saúde e meio ambiente, além de regulamentações municipais e estaduais.

Quais são os principais desafios enfrentados em um projeto hidráulico e sanitário?

Os principais desafios enfrentados em um projeto hidráulico e sanitário incluem garantir a disponibilidade de água e esgoto, garantir a qualidade da água, garantir a eficiência energética, garantir o correto tratamento de águas pluviais e garantir a segurança e o conforto dos usuários.

Como é feito o tratamento de água e esgoto em um projeto hidráulico e sanitário?

O tratamento de água e esgoto é realizado através de métodos físicos, químicos e biológicos, dependendo da necessidade do projeto. Isso pode incluir tratamento biológico, filtração, cloração, entre outros.

Como é feita a drenagem de águas pluviais em um projeto hidráulico e sanitário?

A drenagem de águas pluviais é feita através de canais, calhas, sistemas de coleta e escoamento, e poços de visita. É importante garantir que as águas pluviais sejam devidamente drenadas para evitar problemas como alagamentos.

Como é feita a gestão de resíduos em um projeto hidráulico e sanitário?

A gestão de resíduos em um projeto hidráulico e sanitário inclui o planejamento para o armazenamento, coleta e transporte de resíduos, além da escolha de métodos de tratamento e destinação adequados.

Como é feita a manutenção dos sistemas hidráulicos e sanitários?

A manutenção dos sistemas hidráulicos e sanitários inclui a verificação e a manutenção regular dos equipamentos, tubulações e dispositivos, limpeza e desinfecção, além de reparos e substituições quando necessário.

Como é feita a inspeção dos sistemas hidráulicos e sanitários?

A inspeção dos sistemas hidráulicos e sanitários inclui a verificação das condições dos equipamentos, tubulações e dispositivos, a avaliação dos níveis de água e esgoto, além de testes de pressão e vazão.

Quais são os benefícios de um projeto hidráulico e sanitário bem elaborado?

Um projeto hidráulico e sanitário bem elaborado garante a disponibilidade de água e esgoto, garante a qualidade da água, garante a eficiência energética, garante o correto tratamento de águas pluviais e garante a segurança e o conforto dos usuários.

Como é feita a integração dos sistemas hidráulicos e sanitários com outros sistemas de edifícios?

A integração dos sistemas hidráulicos e sanitários com outros sistemas de edifícios é feita através de projeto de engenharia que garante a compatibilidade e a eficiência dos sistemas.

O que é necessário para garantir a segurança e o conforto dos usuários em um projeto hidráulico e sanitário?

Para garantir a segurança e o conforto dos usuários é necessário seguir as normas e regulamentações aplicáveis, garantir a qualidade e a disponibilidade de água e esgoto, garantir a eficiência energética, garantir o correto tratamento de águas pluviais e garantir a manutenção regular dos sistemas.

Quem pode fazer projeto Hidrossanitario?

Quem pode fazer projeto Hidrossanitário são arquitetos, engenheiros ambientais e sanitarista.

O que deve conter em um projeto hidráulico?

Em um projeto hidráulico deve conter plantas baixas, detalhes de esgoto, isométricos de água, esquemas verticais de água e esgoto, e detalhes específicos que irão variar de acordo com o seu projeto.

Quem paga a taxa de bombeiro?

Quem paga a taxa dos bombeiros é o dono do imóvel, caso você seja um profissional fazendo o projeto de combate a incêndio de um estabelecimento o seu cliente que deverá pagar todas as taxas necessárias.

Quanto custa um sistema de hidrante?

Um sistema de hidrante custa na média de R$8,000,00, mas esse preço pode variar conforme a cidade e o profissional que irá executar a instalação.

Quando é necessário a instalação de hidrantes?

É necessário a instalação de hidrantes quando a área construída ultrapassa 750m ou quando o bombeiro exige a instalação.

Qual a cor do hidrante?

A cor do hidrante deve ser amarela, hidrantes vermelhos estão sendo pintados de amarelo conforme são feitas manutenções.

O que é o documento AVCB?

O documento AVCB é o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, é uma licença dada pelo corpo de bombeiros afirmando que o local seguiu as normas e exigências e está seguro e pronto para o uso.

Quanto cobrar por um projeto de AVCB?

Por um projeto de AVCB você pode cobrar uma média de R$ 800,00 à R$ 1.200,00, mas se também for fazer o projeto de incêndio poderá cobrar acima de R$ 7.000,00.

Conclusão

Um Projeto Hidrossanitário mal elaborado pode gerar muitos prejuízos futuros e ainda causar bastante transtorno para arquitetos, engenheiros e cliente. Por isso, tenha muita atenção na hora de chamar os parceiros para fazer o projeto hidrossanitário com você.

Sem dúvidas, o conhecimento adquirido em relação a tudo que foi dito é primordial, mas, entenda que você precisa pensar por completo e pensar na qualidade. Então evite alguns atalhos, como, preços baixos sem qualidade ou projetos sem planejamento e especialização.

Obrigado por mais um aprendizado juntos, até a próxima!